Filho de Francelino Pereira Maltez e de Amélia Guimarães Maltez, nasceu na cidade de Cachoeira, no estado da Bahia, em 31 de agosto de 1882, onde iniciou seus estudos em 1890, concluindo-os em Nazaré das Farinhas, também cidade do recôncavo baiano.
Bacharelou-se em Ciências e Letras, em 1902, no antigo Ginásio da Bahia. Foi aluno laureado e distinguiu-se, durante sua vida de magistério, como professor de preparatórios, ensinando grego, latim, inglês, francês, português e ciências físicas e naturais.
Em 1903, ingressou na Faculdade de Medicina do Terreiro de Jesus e, concomitantemente, convidado pelo Governo do Estado da Bahia, lecionou grego, latim e português, no Ginásio da Bahia, até 1937, tendo ensinado a diversas gerações. Fez um curso brilhante, na Faculdade de Medicina da Bahia, formando-se em 1908, tendo sido o orador oficial da turma. Era considerado orador primoroso, ora comovente, ora empolgante, lírico e, quando necessário, buliçoso das massas. Após sua formatura, viajou, em 1911, para os Estados Unidos da América do Norte, onde se especializou em Ginecologia e Obstetrícia.
Em 1932, após invulgar trajetória e brilhante concurso, assumiu a cátedra de Ginecologia na Faculdade de Medicina da Bahia. Teve cinco filhos Luiz Malltez, Guilherme Maltez, Carlos Maltez, Aristides Maltez Filho e Jorge Maltez.
Hábil e primoroso cirurgião, dos maiores de sua geração, tendo, inclusive, idealizado técnicas cirúrgicas.
A maior realização de sua vida, como pioneiro na luta contra o câncer, no Brasil, foi a idealização, no final da década de 20, da construção de um Instituto de Câncer para a Bahia, visando, especialmente, atender às mulheres portadoras de câncer do colo do útero que, por falta de acomodações adequadas, viviam à mingua nas portas dos hospitais.
Conseguiu a consumação de seu ideal com a fundação da Liga Bahiana Contra o Câncer, em memorável sessão, em uma ensolarada manhã de domingo ― dia 13 de dezembro de 1936 ― juntamente com 52 abnegados companheiros, com maior destaque para o Prof. Ruy de Lima Maltez.
Esteve sempre voltado para a atenção à população carente, bem expressado na frase que, até hoje, marca todos os limites de sua instituição, ao proferir oração, no ato da instalação: “Esta é a lâmpada da caridade que jamais se apagará no coração dos meus seguidores”.
Contando com o apoio do Governador do Estado da Bahia, na pessoa do interventor Landulpho Alves de Almeida, e da sociedade baiana, conseguiu adquirir a Chácara Boa Sorte, em Brotas, por trezentos contos de réis. Ainda nos idos de 1940, começou a ser erigido o Instituto de Câncer da Bahia.
Mais uma vez demonstrando sua elevada sensibilidade para com o social, na ocasião do lançamento da pedra fundamental, proferiu a frase: “A semente de carvalho está lançada. A sua sombra não será, porém, mais para mim; servirá, sim, para dar abrigo aos cancerosos pobres da Bahia”.
Nos idos de 1943, sem que estivesse a obra concluída, veio a falecer o eminente professor, no dia 5 de janeiro. Seus pares, em memória ao idealizador, ao realizador da obra, decidiram denominar o Instituto de Câncer da Bahia de Hospital Aristides Maltez, que começou a funcionar em fevereiro de 1952 e somente foi concluído, em 1984, graças ao arrojo e à elevada sensibilidade do, à época, Governador do Estado da Bahia, Antônio Carlos Magalhães.
Dr. Aristides era e continua sendo espírita.